segunda-feira, 30 de abril de 2012

O efeito veludo



"Eu me cobriria inteiro de veludo." Essas são as famosas palavras de George Costanza, que, num dos episódios de "Seinfeld", revelou o que faria se fosse aceitável socialmente – e embora esse dia ainda esteja longe de chegar para os homens, o tecido parece estar ressurgindo nas roupas de noite femininas.

"Tenho a impressão de que voltou a ganhar destaque por causa de toda essa nostalgia dos anos 90 que anda rolando", Timo Weiland comenta sobre o material, que está presente em sua coleção outono/inverno. "Na época, o veludo reinava soberano."

Os lojistas concordam: o que era velho voltou a ser novo. "Fazia tempo que ele não aparecia", explica Stephanie Solomon, vice-presidente operacional de roupas femininas da Bloomingdale's. "As cores fortes predominaram nesta estação e ficam muito bonitas no veludo. É o símbolo perfeito da opulência." Linda Fargo, vice-presidente da Bergdorf Goodman's, diz a mesma coisa. "Nesse outono houve uma tendência de romance sombrio, um clima quase de história de fadas, mais interessada em superfícies ricas, texturas e cores profundas", ela observa. "E nada representa isso melhor que o veludo."

Apesar disso, e como muitas costureiras podem confirmar, o veludo puro é um tecido dificílimo de manipular. Intratável por natureza, é quase impossível passá-lo a ferro, escorrega quando está sendo costurado e só pode ser cortado numa direção – sem contar que muita pressão pode deixar marcas na superfície. "Tivemos que mostrar para umas três ou quatro fábricas porque muita gente nem trabalha com ele", explica Timo, que estava determinado a usar veludo de seda na forma mais tradicional na coleção inverno/verão. "É o tipo mais luxuoso, por isso é usado para as roupas de noite. Tem um brilho maravilhoso."

Mark Badgley e James Mischka também concordam, mas isso não impediu que fizessem experimentos como versões mais modernas, como o veludo stretch, o de algodão e o de seda rayon da última coleção. "É claro que o de seda puro é o mais bonito, mas estraga com muita facilidade", diz Badgley. "É muito tradicional, aquela coisa de alta costura, mas é complicado para quem usa." As versões novas, por outro lado, solucionam alguns desses problemas triviais. "Não marca mais com tanta facilidade e não é mais tão pesado", acrescenta Mischka. "Revolucionou aquela ideia antiga que se tinha do veludo."

Apesar do avanço da tecnologia, é a versão tradicional que domina as roupas de noite. "É uma questão de tato. Ele é muito macio", concede Colleen Sherin, diretora de moda da Saks Fifth Avenue. "A peça pode até ser simples, mas as pessoas o encaram como um símbolo de sofisticação."








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